Ao usar a tese do pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Jefferson Legat, técnicos da Sepaq colocaram a experiência em prática pela primeira vez durante o programa “Peixe pra Valer”, em abril deste ano. Novamente em julho, na força-tarefa para garantir o abastecimento de caranguejo em Salinas, o novo método foi aplicado.
O procedimento consiste em transportar os caranguejos não em sacas (como normalmente é feito) e sim em contentores cobertos de esponjas molhadas (conhecidos popularmente como “basquetas”). No primeiro dia de viagem, nas sacas, a taxa de mortalidade é de 50% dos caranguejos transportados. Esse percentual cai para 2,5%, no mesmo período de viagem, com o transporte através das “basquetas”.
Os técnicos da Sepaq também constataram que, mesmo após seis dias de viagem, a taxa de sobrevivência dos caranguejos continua alta: 83% dos caranguejos sobrevivem se transportados com o novo método, contra 14% dos transportados em sacas. O volume de caranguejos por caminhão ou barco também não é prejudicado, muito pelo contrário, já que é possível empilhar as basquetas, enquanto que as sacas não podem ser colocadas uma em cima da outra, pois acarretam mais mortalidade e mais caranguejos desmembrados.
Já foram 160 caranguejeiros capacitados com essa nova metodologia só no município de Quatipuru, que é o maior produtor de caranguejo do Estado. “Cada basqueta dá 50 caranguejos. Isso em médio prazo pode diminuir até o valor do produto final do caranguejo. Também acabou unindo caranguejeiros rivais. Eles ainda não montaram uma associação, mas já estão no início de um processo de organização social. O interessante é que pela primeira vez colocamos na prática uma tese que já existia e constatamos na prática que os resultados são muito positivos”, ressaltou o diretor de logística da Sepaq, Alan Pragana.
Serviço: Os caranguejeiros ou transportadores interessados em aprender o novo procedimento devem ligar para o número: 3241-2545 e agendar uma reunião para esclarecimentos.