No primeiro periodo foram feitas 90 Declarações de Estoque junto ao Ibama e comercializados 117.380 caranguejos
Os belenenses vão enfrentar mais uma semana de escassez de caranguejo em função do crustáceo. Neste segundo período do ano de proteção da espécie, que começa hoje (24) e segue até domingo (29), está proibida a venda do marisco vivo e também a da polpa ou massa. O objetivo é impedir a captura clandestina e garantir a reprodução. Na manhã de ontem, o produto já estava em falta nas feiras e quem comprou teve que levá-lo por um preço que variava de R$ 2 a R$ 2,50 a unidade, cerca de 100% a mais do que é vendido fora do defeso.
Os vendedores José Evangelista e Robson José Cárdia, pai e filho, respectivamente, trabalham na feira do Telégrafo há mais de dez anos. Acostumados com o defeso do caranguejo, eles reservaram 2.500 sacas de caranguejo vivo e esperam manter a venda até o próximo sábado. Eles vendiam a unidade do produto pelo preço de R$ 2 a R$ 2,50, mas para agradar a clientela vendia o lote de oito ou cinco unidades por R$ 10, dependendo do tamanho. "Quando está fora do defeso, o valor varia de R$ 1 a R$ 1,50", informou Robson.
Quem diz não ficar sem comer a iguaria, apesar de saber da importância de protegê-la, é o autônomo Gilson Costa. Segundo ele, "é preciso respeitar a proibição, para ninguém ficar sem comer, como acontece em outros estados". Apreciador do produto, ele sabe quem vende de acordo com a legislação no período do defeso e só compra de quem declara estoque no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Mas, nem todos tiveram como comer caranguejo ontem. Dona Maria de Lourdes Santos Silva foi à feira do bairro do Barreiro e não encontrou o produto. "Eu achava que o pessoal estava vendendo, mas não está, não sei qual o motivo", disse. Ela lembrou que só não compra o animal quando ele está pequeno, "porque deve ser filhote e dá pena".
No Pará, a Secretaria de Pesca e Aquicultura do Pará (Sepaq) está com a seguinte programação de defeso do caranguejo: depois do dia 29, a programação segue em fevereiro (08 a 13 e 22 a 27) e março (09 a 14 e 23 a 28). A ação é feita em parceria com o Ibama, Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e secretarias municipais.
(Com informações do Jornal Amazônia)