Criada em julho de 2007 pela Lei 7.019, a Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura – SEPAq, assumiu o desafio de formular, planejar, coordenar e executar as políticas e diretrizes para o desenvolvimento sustentável, integrado e participativo das atividades pesqueira e aqüícola no Estado do Pará, contribuindo para dinamizar a economia, potencializar as vantagens comparativas do Estado e os benefícios sociais decorrentes.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
O aproveitamento da piscicultura
Limpeza da área alagada reduz de 15 para 3 anos o tempo para iniciar a produção de peixes
Fonte: Agência Brasil por Pedro Peduzzi
Imagem: Reprodução
Odebrecht Online por Américo Vermelho
Uma das medidas que estão sendo exigidas dos empreendimentos de geração hidrelétrica é a limpeza da área que será inundada após a barragem do rio. Com a retirada de árvores de valor econômico e a redução da cobertura vegetal, as usinas hidrelétricas construídas mais recentemente (ou em construção) viabilizam o aproveitamento mais rápido do lago para a criação de peixes.
Com pouca matéria orgânica em decomposição, as represas podem ser usadas para o desenvolvimento de projetos de aquicultura em até três anos. Quando a área não é limpa, em um primeiro momento, a pesca é beneficiada, por causa da grande quantidade de nutrientes que a mata submersa oferece à biodiversidade. Mas o processo de decomposição do material orgânico no fundo do lago inviabiliza a criação de peixes por até 15 anos, por causa da emissão de gases tóxicos.
“Não é indicado aprisionar peixes em criadouros porque, dessa forma, eles não têm como escapar de algumas toxinas que costumam ser liberadas por materiais decompostos”, explicou à Agência Brasil o coordenador-geral de Aquicultura Continental em Estabelecimentos Rurais e Áreas Urbanas, Jackson Luiz da Cruz Pinelli.
“Até que esses materiais orgânicos fiquem estabilizados, o mais indicado é que a atividade pesqueira seja feita da forma tradicional”, acrescentou o coordenador-geral de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União, Luiz Henrique Vilaça de Oliveira.
No passado, eram necessários de dez a 15 anos para que se pudesse começar a criar peixes nos cativeiros instalados em áreas alagadas. Com as técnicas desenvolvidas e, sobretudo, com as medidas de redução de impacto impostas às construtoras, esse prazo pode ser reduzido. “Isso já foi feito nas usinas do Rio Madeira [Santo Antônio e Jirau]. Lá, os ribeirinhos poderão instalar criadouros em, no máximo, quatro anos. A pesca já pode ser feita. A previsão é que o mesmo seja feito na Usina Hidrelétrica de Belo Monte”, informou Oliveira.
De acordo com o ministério, entre as condições impostas pelo Poder Público para a obtenção de crédito e de licenciamentos ambientais estão os estudos de desenvolvimento socioeconômico. “E, entre os estudos de viabilidade, está o estabelecimento de atividades econômicas como aquicultura e pesca”, destacou Pinelli.
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