Criada em julho de 2007 pela Lei 7.019, a Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura – SEPAq, assumiu o desafio de formular, planejar, coordenar e executar as políticas e diretrizes para o desenvolvimento sustentável, integrado e participativo das atividades pesqueira e aqüícola no Estado do Pará, contribuindo para dinamizar a economia, potencializar as vantagens comparativas do Estado e os benefícios sociais decorrentes.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Matrinxã: o peixe de muitas pescarias
De ribeirinhos — com seus rústicos equipamentos — a pescadores de fly e de iscas artificiais: a legião de aficionados da pesca do Matrinxã é tão diversificada quanto as modalidades para fisgá-lo
Seu salto acrobático só não é mais astuto que a maneira pela qual ataca suas presas. É por isso que suas repentinas batidas costumam surpreender até os pescadores mais experientes. Bom de briga, não se entrega facilmente — esforça-se, até o último “suspiro”, para se safar da captura com corridas fulminantes para todos os lados. Por essas e outras características, fica fácil compreender por que o Matrinxã (espécies do gênero Brycon) tornou-se um dos peixes esportivos mais cobiçados.
Distribuído por quase todo o território nacional, a sua facilidade de adaptação em reservatórios também foi fator importante para esse valente peixe tornar-se popular. Aliado a isso, a carne saborosa, bem como a facilidade em ganhar peso de forma rápida, contribuíram para que fosse introduzido em pesque-pagues e em piscicultura para abate.
A temporada de pesca das espécies de Matrinxãs dura o ano todo — tanto no período de águas mais altas, quando ficam muito ativas ao redor de vegetações frutíferas, as quanto no início da seca — época em que podem ser encontradas encardumadas à procura de alimentos. Nessa ocasião, o frenesi é tanto que os espécimes disputam uns com os outros quem vai abocanhar uma isca artificial primeiro!
Box: Por ser capaz de triturar vários tipos de alimentos devido a seus afiados dentes, um grande número de iscas pode ser usado para fisgá-lo
PESCA COM ISCAS ARTIFICIAIS
A modalidade de arremesso com iscas artificiais em ambiente natural é propícia a encontros arrebatadores. Mas, não sem esforço, já que o Matrinxã tem comportamento arisco e imprevisível. Por isso, na pesca embarcada, é aconselhado aproximar-se dos pontos de pesca com o motor do barco desligado.
Por caçarem preferencialmente em correnteza, faz-se necessário o uso de iscas capazes de trabalhar em águas rápidas. Em geral, o Matrinxã é pego com spinners, colheres, plugues de meia-água e de superfície e ataca iscas grandes e velozes, como hélices de até 11 centímetros. Deslocar-se pelas corredeiras e explorar estruturas como troncos, galhadas e pedras semissubmersas tornam as ações mais promissoras.
Box: Os Matrinxãs costumam atacar plugues de superfície em corredeiras, logo abaixo de estruturas de pedra e de árvores frutíferas, como goiabeirinhas
PESCA COM MOSCA
Fly traz uma legião de apaixonadas pela pesca desses peixes, cujo indomável instinto de caça pode ser atiçado com streamers, poppers e ninfas. Essa modalidade exige do pescador o domínio na precisão em posicionar as iscas diante desse peixe. Por outro lado, após o ataque, a leveza da mosca ganha vantagem na briga e dificulta que o Matrinxã se solte, mesmo durante seus saltos.
PESQUE-PAGUE
Tal qual acontece em rios e lagos, o Matrinxã pode ser capturado em pesque-pague com massa, iscas naturais e artificiais, miçangas e sementes. Apesar da diversidade, não se trata de um peixe fácil de ser fisgado. Há dias em que ele não ataca nem mesmo a ração — ou suas correspondentes imitações artificiais — com a qual é alimentado.
BOX: Quem é ele?
Endêmicos dos rios das bacias amazônica e do Tocantins-Araguaia, os Matrinxãs são espécies onívoras e incluem em sua dieta flores, frutos silvestres, sementes, insetos, crustáceos e peixes (preferencialmente vivos). Peixes de escama, apresentam coloração prateada — chegam a lembrar um Lambari, mas gigante — em seu corpo alongado. São capazes de atingir 80 centímetros de comprimentos e pesar cinco quilos. Vivem em rios de águas claras, sobretudo próximos de pedras e troncos submersos
Da redação l Fotos: Arquivo Ecoaventura
Publicado na edição 23 (agosto/11) da Revista ECOAVENTURA
Mais informações: www.grupoea.com.br