Projeto `Estudo da Variabilidade e Abundância de Espécies Nativas do Baixo São Francisco` libera pacamãs
Fonte: Codevasf por Ascom
Imagem: Divulgação
Codevasf por Ascom
Cerca de cinco mil peixes juvenis da espécie nativa Pacamã foram inseridos na terça-feira do dia 14 pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no trecho do rio São Francisco entre os municípios de Porto Real do Colégio (AL) e Propriá (SE). O repovoamento integra as ações do projeto científico “Estudo da Variabilidade e Abundância de Espécies Nativas do Baixo São Francisco” executado por técnicos da Codevasf, Ufal e Embrapa no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (5ªCII), localizado em Porto Real do Colégio (AL). Os resultados do projeto científico estão subsidiando as ações de repovoamento do “Velho Chico” dentro do Programa de Revitalização das Bacia Hidrográficas dos Rios São Francisco e Parnaíba.
Segundo o chefe do Centro, engenheiro de pesca Alexandre Delgado, a Codevasf já produz em cativeiro, em larga escala, outras espécies nativas da bacia do São Francisco, a exemplo do Curimatã, do Piau, do Dourado, do Surubim e da Matrinxã, mas havia a necessidade de dominar a tecnologia de reprodução artificial do Pacamã, espécie com população bastante reduzida no Baixo São Francisco. “Nossos técnicos já vinham produzindo em cativeiro o Pacamã, mas em pequena escala, o que reduzia o impacto do repovoamento quando inserido no curso do rio São Francisco. Agora, com o domínio da tecnologia de reprodução, ampliamos a produção da espécie com o aumento da sobrevivência dos alevinos, o que nos permitiu a inserção de cerca de 5 mil peixes juvenis do Pacamã, um espécie nativa com boa aceitação pelas comunidades locais e com ótimo valor comercial na região. Isso garante o aumento dos estoques pesqueiros no rio São Francisco, um dos objetivos do Programa de Revitalização”, explicou.
A inserção dos peixes juvenis do Pacamã também garante a permanência da espécie em seu ambiente natural. O peixamento ocorreu próximo a ilhas em trechos do rio São Francisco localizados entre os municípios de Porto Real do Colégio (AL) e Propriá (SE), que, de acordo com o engenheiro de pesca Alexandre Delgado, são os locais mais indicados para a espécie por permitir uma maior sobrevivência, pois esta costuma habitar áreas no fundo do rio. Ele ainda adiantou que o Centro produzirá artificialmente em grande escala outras espécies nativas do “Velho Chico”, como o Mandi Amarelo, o Cari e o Pirá, este último considerado por muitos o peixe símbolo do São Francisco e hoje bastante raro nesta bacia hidrográfica, especialmente na região do Baixo São Francisco.
Ao todo, nove técnicos da Codevasf integram o projeto científico que estuda a variabilidade e abundância de espécies nativas do Baixo São Francisco e realiza também o monitoramento da qualidade de água no rio São Francisco no trecho entre os municípios de Porto Real do Colégio (AL) e Propriá (SE). São cinco engenheiros de pesca - Kley Lustosa, Alexandre Delgado, Álvaro Albuquerque, Sérgio Marinho e Vinícius Filho -, um biólogo, José Reginaldo, um médico veterinário, Mateus Félix, um químico, Anilvison Cavalcante, e um técnico em química, Fábio dos Santos.
O professor Marcelo Brito, docente da curso de Ciências Biológicas e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), também participou nessa semana das atividades do projeto científico. Ele já havia estudado espécies nativas do São Francisco, mas em trechos do Estado de Minas Gerais, no Alto São Francisco. “Tomei conhecimento das atividades científicas e tecnológicas realizadas no Centro Integrado de Itiúba e decidi conhecê-las. Passei a integrar a equipe do projeto e já participei da coleta das espécies, com a colocação de redes de captura à tarde e, na manhã seguinte, a retirada da rede com recolhimento dos animais para análise nos laboratório do centro”, detalhou o docente, que também se mostrou bastante impressionado com a equipe técnica do centro tenológico da Codevasf e com a infraestrutura que possui equipamentos de alta tecnologia nas áreas de aquicultura e recursos pesqueiros.
Ele ainda afirmou que pretende trazer estudantes da graduação e da pós-graduação para desenvolverem atividades no Centro, a exemplo dessa primeira visita, na qual foi acompanhado de um grupo de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A proposta do professor é contribuir com as ações de repovoamento do rio São Francisco com espécies nativas realizadas pelo centro tecnológico da Codevasf.
Revista IPesque