As 50 basquetas prontas para a entrega. |
Encontro da Sepaq com as Reservas Extrativistas. |
Secretário Henrique Sawaki assinando o termo de concessão das basquetas. |
Nesta sexta-feira (19), duas reservas extrativistas foram beneficiadas com a concessão realizada pela Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura (Sepaq) de cinquenta basquetas que auxiliam no transporte do caranguejo. Trata-se da Reserva Extrativista de São João da Ponta e da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá. Cada uma recebeu 25 basquetas. Essa quantidade é capaz de transportar cerca de dois mil caranguejos com a diminuição da mortalidade de 50% para menos de 10%, se comparado ao transporte de caranguejos em sacos.
A ideia da Sepaq é fazer a mesma ação para outras associações ao longo do tempo. A concessão das basquetas tem duração de um ano, que pode ser renovada ou entregue a outra associação. Isso porque, com o aumento do lucro dos núcleos extrativistas com o uso das basquetas, elas poderão adquirir as suas próprias basquetas.
A vice-presidente da Reserva Extrativista de Mãe Grande de Curuçá, Sandra Gonçalves, acha que a iniciativa é uma valorização do trabalho do extrativista. “É algo que beneficia a todos, pois o caranguejo chega à capital com um valor mais em conta, o caranguejeiro ganha mais – já que ele mesmo consegue transportar o seu produto com uma mortalidade muito menor e sai da mão do atravessador -, e o próprio crustáceo chega à mesa do consumidor mais saudável. Um caranguejo que vem pelas basquetas pode durar até seis dias. O caranguejo que veio ensacado, quando não morre, dura no máximo três”, explicou.
Segundo Sandra, sem as basquetas, os extrativistas vendem uma saca de caranguejo por R$80 para o atravessador. E ele revende para o público por R$150. Com os próprios extrativistas fazendo o transporte e a venda do caranguejo, o valor fica em R$100, preço final de mercado.
Sepaq divulga método revolucionário de transporte de caranguejo
Ao longo do ano, várias visitas com técnicos da Sepaq foram realizadas nos lugares ligados ao extrativismo do Estado para que fosse ministrado o curso sobre a logística de acomodação do caranguejo uçá. Bem como, aplicado o método de armazenamento e transporte do crustáceo, aprimorado pela Sepaq em 2011, que consiste em selecionar o tamanho do animal, acomodá-los sobre esponjas embebidas em água e transportá-los em basquetas. A técnica visa maior conforto do animal e diminuição da taxa de mortalidade.
Com a aplicação desse novo método, foi possível observar algumas diferenças em relação ao método tradicional utilizado no transporte desses animais, que atualmente é feito em sacos de ráfia. Sem dúvida, o principal benefício verificado foi em relação à mortalidade. Em comparação com o método de transporte tradicional, a mortalidade foi reduzida de 50% para menos de 10%, segundo dados da própria Sepaq.
Tal fato foi possível graças a alguns aspectos que devem ser considerados, como a distância do município de São João da Ponta para Belém, viagem que é feita em duas horas, e o tempo entre a tirada do caranguejo e o acondicionamento, que é em média, de duas horas em cada comunidade do município, sendo São Francisco e Deolândia.
Os técnicos da Sepaq estão trabalhando para aprimorar a técnica proposta pela Embrapa Meio Norte em 2007 e adequando à realidade amazônica. Os resultados após processos de comercialização do crustáceo, dentro da Feira do Pescado realizada pela secretaria nos bairros de Belém, são exitosos, tendo em vista que nas seis primeiras experiências a mortalidade do animal acomodado e transportado vivo nesse novo método foi reduzida para 8% e já chegou ao índice de 0,8% de perda. Um avanço na cadeia produtiva do caranguejo.