sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Espécies de quelônios na fauna da Amazônia

QUELONICULTURA



A muito variada fauna silvestre de nossa Amazônia inclui 10 espécies de quelônios de hábitos aquáticos. Destes quelônios, três se destacam por sua importância na economia local como fontes tradicionais de carne e ovos: a tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa), a tracajá (Podocnemis unfilis) e o pitiú (Podocnemis sexturbeculata).

Esses animais possuem patas espalmadas com membranas interdigitais e dedos com garras córneas úteis para agarrar e cavar. De uma maneira geral, são onívoros que se alimentam basicamente de frutos, sementes, talos, raízes de plantas aquáticas, materiais flutuantes, moluscos, crustáceos, larvas e pequenos peixes.

A tartaruga-da-Amazônia é o maior representante dos quelônios de água doce. O Estado do Pará é a maior área de desova da espécie, onde procura a calha dos grandes rios para essa finalidade. Possui elevado valor econômico por ser totalmente aproveitada, tanto na culinária onde é considerada “iguaria fina”, como nas indústrias farmacêutica e cosmética. Sua carapaça é utilizada na fabricação de adereços e para decoração. É um animal estritamente fluvial e bastante rústico, mas carece de cuidados na criação em cativeiro.

Sua comercialização é explorada nos mercados interno e externo

A fêmea adulta pode chegar a pesar 60 kg, com aproximadamente 60 cm de largura e 90 cm de comprimento. Os machos são menores que as fêmeas. A cabeça das tartarugas é pequena e achatada. De formato oval, a carapaça da tartaruga apresenta as cores preta, alaranjada ou marfim, apresentando ainda manchas escuras de formato regular. As tartarugas têm linhas desenhadas pela cara que são diferentes em cada animal. São como impressões digitais.

O Tracajá é muito semelhante a tartaruga, sendo também objeto das mesmas preferências. Atinge 8 quilos de peso quando adulto e bota cerca de 20 ovos por postura. Também é uma espécie encontrada em toda a Bacia Amazônica e do Rio Orinoco, na Venezuela.

A portaria do Ibama número 142, de 30 de dezembro de 1992, define as regras para a criação comercial das duas espécies, e a número 70, de 23 de agosto de 1996, regulamenta a comercialização dos produtos dessas tartarugas.

A Pitiú ou iaçá habita o Brasil, Colômbia e Peru. No Brasil, a pitiú pode ser encontrada nos rios Solimões, Amazonas e Branco.

A fêmea distingue-se pelas manchas amarelas e pelos dois barbelos debaixo das mandíbulas. Os machos são em média menores que as fêmeas. A carapaça tem cor marrom, clara a escura. O plastrão dos juvenis apresenta seis tubérculos, que dão o nome específico à espécie sextuberculata. Cada postura contém em média 20 a 25 ovos de casca mole. Ainda não se conhece criadouros comerciais dessa espécie.

Além desses existe o muçuã (Knosternom escorpioides) que é uma pequena espécie sul-americana de quelônio de água doce da família dos quinosternídeos que se alimenta especialmente de peixes, girinos, insetos e algas. Possui pequeno porte, atingindo no máximo 27 centímetros. A carapaça é marrom-escura com manchas vermelhas e apresenta três quilhas no dorso. A cauda possui uma espécie de unha no final que caracteriza a denominação escorpióides no nome científico, e serve para segurar a fêmea durante o acasalamento. No macho, a cauda é bem maior que na fêmea. Vive no fundo das lagoas e, durante o período de reprodução, é possível encontrá-la em terra firme.