terça-feira, 6 de novembro de 2012

Peixe acrobático predador amazônico. Quem é ele?



Silhueta exótica, temperamento agressivo e comportamento imprevisível


Fonte: Revista Ecoaventura
Imagem: Revista Ecoaventura por Wilson Feitosa

Silhueta exótica, temperamento agressivo e comportamento imprevisível. São essas as credenciais das duas espécies de Aruanã existentes no Brasil — o branco (Osteoglossum bicirrhosum) e o negro (Osteoglossum ferreirai)
O Aruanã é o que se pode chamar de “troféu não disputado”. Habitante dos lagos, igapós, ilhas e partes rasas dos rios das bacias amazônica e do Araguaia-Tocantins, esse parente do Pirarucu (Arapaima gigas), curiosamente, é mais desejado por aquaristas do que por pescadores esportivos — um quadro difícil de ser entendido. Talvez a fissura pelas diversas espécies de Tucunarés seja a grande responsável por esse aparente desprezo, o que não deixa de ser uma injustiça, já que o Aruanã, mesmo quando capturado acidentalmente, fascina o pescador por diversos motivos, entre eles os ataques na superfície, o fato de investir contra diversos tipos de isca, a resistência que opõe quando fisgado, os saltos acrobáticos durante a briga e a beleza de sua anatomia.
Peixe de cardápio variado, alimenta-se de invertebrados aquáticos e terrestres como insetos, além de pequenos peixes, sapos, cobras, lagartos e outros seres. Tem a visão e o par de barbilhões — órgão sensitivo localizado em sua mandíbula — bem desenvolvidos. Persegue suas presas na superfície e mostra grande desenvoltura quando está caçando. Um espetáculo raro ocorre quando o Aruanã se projeta no ar em saltos de até dois metros acima da superfície para capturar artrópodes e outros seres nos galhos de árvores à beira d’água. Embora frequente lagos e a floresta alagada, também é comum visualizá-lo próximo a rochas, ilhas e barrancos rasos na calha dos rios. Nada rente à superfície isoladamente, aos pares (na época de reprodução) ou em cardumes de poucos indivíduos. É por essas e outras características e virtudes que o Aruanã, gradativamente, conquista seu espaço, em especial, entre os pescadores que valorizam mais as nuances dos desafios do que a quantidade de capturas.
Revista IPesque