sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Manejo do Pirarucu no Amazonas



Em 2012, o faturamento deve bater R$ 1,6 milhão. Tema esteve em debate no Seminário do qual participou a Sepaq

Fonte: Portal da Amazônia por Juçara Menezes
Imagem: Divulgação
Jimmy Christian


Mesmo ainda figurando na lista vermelha dos ameaçados de extinção, o pirarucu – peixe nobre da Amazônia – virou renda e emprego com o manejo realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no Amazonas. Com 959 pescadores beneficiados com cotas de pesca, o faturamento da atividade chegou a R$ 1,245 milhão, somente em 2011. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (8), durante o I Seminário Internacional sobre Conservação e Manejo de Pirarucu em Ambientes Naturais, realizado em Manaus.
Para este ano, a estimativa do setor é de alcançar faturamento na ordem de R$ 1,5 milhão. A meta é ultrapassar os registros de 2009, momento de maior produção desde quando a RDS foi inaugurada, em 1999. A coordenadora do Programa de Pesca do Instituto Mamirauá, Ana Claudia Torres, afirmou que o aumento no pedido de cotas (para 5.880 peixes) está previsto para até dezembro. Associado ao maior número de produção, a alta no valor médio do peixe (de R$ 4,80 no ano passado para R$ 6 em 2012) deve bater a cifra de R$ 1,6 milhão.

Mudança cultural eleva qualidade de vida

O relato da vida de quem trabalha com pirarucu, em sua primeira parte, mostra a diferença entre 1999 e 2012. O representante da Colônia Z-32 de Maraã, Luiz Gonzaga Medeiros de Matos – o ‘Luizão -, disse que ser pescador na comunidade, no Amazonas, não gerava renda anteriormente.
As casas das famílias ribeirinhas eram basicamente de madeira, em cima das palafitas e com energia elétrica para poucos. Com a vinda do manejo, 573 famílias mudaram a rotina de trabalho e sua qualidade de vida.
“No início, havia quem pescasse apenas com barco a remo. Hoje, todos os profissionais têm seu motor a rabeta e antena parabólica. Cerca de 10 tem residências de alvenaria e em quase todos os lares há uma máquina de lavar para a esposa. Elas adoram”, contou Luizão.
Revista IPesque