segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Tubarões: matar não é a solução para evitar ataques


Fonte: RFI por Lúcia Müzell
Imagem: Reprodução
Reuters por Laurent Campas


Dois recentes ataques de tubarões a surfistas da ilha da Reunião, território francês no oceano índico, levaram as autoridades a capturar 20 animais do mar para pesquisas científicas. Apesar de aliviar o medo de alguns habitantes do local, matar os tubarões não resolve o problema. Por isso, a medida sofre críticas tanto dos banhistas quanto dos protetores da fauna marinha. Especialistas alegam que levar os temidos peixes para alto mar é a solução mais eficiente. Mas uma grande dificuldade é que na ilha francesa as águas profundas se encontram muito próximas das áreas de banho, e os tubarões acabam voltando.
Porém no Brasil, por exemplo, a situação é diferente e essa foi a tática adotada no Recife, uma das regiões que mais registram ataques de tubarão no mundo, atrás da Austrália e da África do Sul. O professor Fábio Hazin, diretor do Programa de Monitoramento de Tubarões da Universidade Federal Rural de Pernambuco, explica como funciona. Ele também lembra que o risco de um surfista ser atacado é muito maior do que um banhista, por ficar muito tempo exposto em águas mais profundas, muitas vezes em zonas proibidas para o banho. Outros fatores, como a poluição e a diminuição da quantidade de peixes nos oceanos também atraem os tubarões.
O diretor do Instituto Oceanográfico de Paris e do Museu Oceanográfico de Mônaco, Robert Calcagno, destaca que os tubarões são bem menos perigosos do que se imagina. Ocorrem entre 50 a 100 ataques por ano, que resultam em cerca de 10 mortes de humanos. As águas-vivas, por exemplo, matam 10 vezes mais do que isso. O especialista diz que é quase impossível modificar os hábitos destes peixes.
Revista IPesque