segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Você sabia que há Peixes-de-bico?



Fonte: Vivamar por Christina Amorim
Imagem: Reprodução
Vivamar


A criação de um Comitê Permanente de Gestão dos Peixes-de-Bico será importante fórum para discutir a conservação destas espécies no Brasil.

A sugestão foi feita pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, em encontro com cientistas e pescadores esportivos na sede do Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) dia 4 de agosto. Na ocasião, representantes da pesca oceânica, que engloba cerca de 40 mil praticantes no país, denunciaram o declínio acentuado do marlim-azul, marlim-branco e sailfish em águas nacionais. Preocupados com a possível extinção da prática do esporte no país, pediram medidas para reverter essa situação.
A pesca esportiva, que movimenta a economia e gera empregos, é quase em sua totalidade feita no sistema de pesque e solte, devolvendo os exemplares ao mar. Uma palestra sobre a situação da pesca comercial e esportiva, e estatísticas do declínio dos estoques dos peixes-de-bico no Brasil foi feita pelos cientistas Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de Santos, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e Eduardo Pimenta, professor da Universidade Veiga de Almeida-UVA, campus Cabo Frio-RJ.
Uma das causas do declínio é a captura dos peixes-de-bico na região do Rio de Janeiro, pela frota de pequeno porte, composta por mais de 300 barcos, que visa a pesca de atuns e dourados e pega incidentalmente outras espécies. Os marlins e sailfish, também conhecidos como agulhões, são pegos e comercializados a preços irrisórios, pois sua carne não é muito apreciada, em parte por sua consistência rígida. Os cientistas mostraram a necessidade de evitar a captura dessas espécies, que estão em acentuado declínio.
Uma das demandas dos pescadores e cientistas é a proibição da pesca com isca viva de sardinha durante seu período de defeso, que aumenta a captura incidental dessas espécies de marlins e sailfish. A Instrução Normativa Seap no 12/2005 proíbe a comercialização do marlim-branco e azul, porém com a deficiência de fiscalização a proibição não vem sendo respeitada. A campanha para a preservação foi iniciada em janeiro de 2010 e simbolizada com o lançamento do livro Peixes-de-bico do Atlântico, de autoria dos cientistas Alberto Amorim, Eduardo Pimenta e da jornalista Christina Amorim. Diante de todos os problemas expostos, o ministro propôs a criação do Comitê, em busca de caminhos pacíficos para resolver a controvérsia. “O ministro deve ouvir a todos e procurar conciliar uma solução que também atenda a todos”, acrescentou Crivella.
O diretor de Pesca do ICRJ, Lula Bulhões, se mostrou otimista com a proposta de Crivella. “O ministro foi muito positivo”, afirmou. “É importante conservar o peixe e toda a economia que é movimentada pela pesca’, acrescentou. Os cientistas presentes, o diretor de Assuntos de Meio Ambiente do ICRJ, Marco Ribas e o pescador Sandro Lahman, da lancha Mermão, também se mostraram satisfeitos com a atuação de Crivella.
Revista IPesque