quinta-feira, 26 de abril de 2012

O repovoamento de um milhão de megalopas - pequenos caranguejos


Fonte: Governo do Estado da Bahia com informações da Secom por Redação
Imagem: Reprodução
Governo do Estado da Bahia



No sábado (21), a Bahia Pesca fez o repovoamento de um milhão de megalopas – pequenos caranguejos na segunda fase de desenvolvimento, medindo apenas meio centímetro – no manguezal da Avenida Beira-Rio, bairro de Sapetinga, em Ilhéus. O repovoamento faz parte do programa de fortalecimento e geração de renda para as famílias da área de implantação do Porto Sul, projeto do Governo do Estado que está em fase de licenciamento ambiental pelo Ibama e que dará um novo impulso ao desenvolvimento regional.
A iniciativa faz parte do Programa Integrado de Manejo e Gerenciamento do Caranguejo-uçá (Puçá) e as megalopas foram cultivadas no laboratório da Bahia Pesca, na Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro, onde também são realizadas as principais atividades de pesquisa da empresa. As 100 fêmeas utilizadas para a reprodução foram capturadas no próprio manguezal e devolvidas ao habitat natural, durante o evento.
O gerente da Fazenda Oruabo, Jerônimo Souza Filho, explicou para estudantes, marisqueiras, representantes de colônias de pescadores, professores e jornalistas como é realizado o ciclo de vida do uçá. Já a tecnóloga em aquicultura Eliane Hollunder, responsável pelo Laboratório de Reprodução de Caranguejo, liberou as larvas, transportadas em sacos plásticos, no manguezal.
“O principal objetivo do repovoamento é a defesa do meio ambiente, já que os uçás crescem e se tornam reprodutores, mantendo o ciclo e consequentemente o equilíbrio ambiental”, disse o presidente da Bahia Pesca, empresa da Secretaria da Agricultura (Seagri), Isaac Albagli. Ele declarou que em 1997 a doença letárgica do caranguejo matou milhões destes crustáceos em vários estados do Brasil, fato que muito contribuiu para a redução da quantidade da espécie. Afirmou, no entanto, que o ser humano é quem mais dizima, “pois muitos capturam os caranguejos sem os critérios determinados pelos órgãos ambientais, desmatam e poluem os manguezais”. E ressaltou que, em paralelo ao repovoamento, a Bahia Pesca promove palestras, orientando a população a preservar o meio ambiente e não capturar caranguejo com menos de cinco centímetros, fêmeas ovadas ou no período das andadas. A cada ano o crustáceo cresce apenas um centímetro.
Revista IPesque